Webinar traz informações sobre Vacinas contra HPV e Herpez Zoster

Nesta terça-feira, dia 10 de outubro, a Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) promoveu mais um encontro virtual do “Programa Educacional 2023: Terças-feiras com a SPI", que abordou sobre vacinas contra HPV e Herpes Zoster: Evidências Atuais. A médica infectologista e diretora da SPI, Dra. Sigrid Souza, deu as boas-vindas aos participantes e destacou a importância dos convidados que orientam e vivem o dia a dia da vacinologia.

A primeira palestrante foi a Profª. Associada do Dep. de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP, Dra. Ana Marli Sartori, que destacou a importância de falarmos das infecções por HPV e apresentou a incidência de câncer cervical em mulheres em diversas regiões do país. Além disso, destacou o fator chave para a progressão do câncer: a infecção HPV Persistente e também a prevalência de HPV no Brasil. "Entre 4 e 10% das pessoas vão evoluir para uma Infecção HPV Persistente, assim, nessa situação é possível ter uma evolução em até 5 anos de lesões de baixo grau, e entre 10 a 30 anos para o câncer invasivo", afirmou.

A especialista citou também algumas estratégias de prevenção e apresentou a meta, para 2030, da Organização Mundial da Saúde (OMS) para eliminação do câncer cervical, considerando o mesmo como um problema de saúde pública. "Programas bem organizados de rastreamento e tratamento podem prevenir até 80% dos cânceres cervicais. Uma das recomendações da OMS é a realização do teste de detecção DNA -HPV com início aos 30 anos, sendo repetido a cada 5 anos", citou. 

Para finalizar, a professora ainda apresentou estudos sobre a imunogenicidade, demonstrando a importância da vacinação precoce e a efetividade da vacina HP4v contra o câncer cervical, além do programa de vacina HPV no PNI/SUS citando a ampliação do programa nos últimos dois anos para outras populações: meninas e meninos de 9 a 14 anos - 2 doses; e mulheres e homens HIV/aids, TOS, TCTH, câncer, erros inatos de imunidade, uso de drogas imunossupressoras, de 9 a 45 anos - 3 doses. E concluiu afirmando que as vacinas contra HPV são seguras e efetivas. "Um programa de vacinação com alta cobertura vacinal tem o potencial de eliminar o câncer cervical como problema de saúde pública, reduzir a carga de outros cânceres associados ao HPV e reduzir doenças associadas ao HPV em homens", concluiu. 

A próxima palestra foi apresentada pelo Dr. João Silva de Mendonça, ex-presidente da SBI e da SBMT, e abordou o tema 'Vacinas contra Herpes Zoster'. A aula teve início recordando a estrutura do vírus Varicella Zoster e destacando a estrutura que permite a ligação do vírus com a célula que será infectada e a penetração intracelular. 

O especialista comentou sobre cada um deles, história natural do vírus Varicella Zoster, progressiva instalação, incidência e idade recorrente do Zoster. O Dr. destacou a Nevralgia Pós- Herpética e Herpes Zoster Ophthalmicus como complicações do vírus, sendo outras crônicas, como redução da visão, inclusive cegueira. Explicou ainda que "as complicações do vírus que levam a uma expressiva valorização da vacina são complicações neurológicas, vzv viremia e dermatológicas, com incidência em adultos,  com destaque para pacientes que apresentam imunodeficiência ou imunossupressão".
Foram apresentados dois estudos da vacina, um deles trabalhando com 50 anos ou mais, e outro com 70 anos ou mais, sendo que em ambos os casos, 2 doses separadas por 2 meses de periodicidade, tiveram um resultado muito favorável, com elevada eficácia e segurança vacinal em imunocompetentes. Além disso, o estudo avaliava a duração da proteção, dose e intervalo aprovados pelo FDA. O especialista comentou que a ausência de dados ainda não disponíveis mostrando a validade da vacina na população imunocomprometida, avaliando a eficácia e segurança da vacina nessas populações fez com ainda não recebesse tal  aprovação em 2018. Com uma proteção de  68,2% em pacientes transplantados com células hematopoiéticas, malignidade hematológicas, proteção de 87,2% e doenças imuno mediadas com proteção de 90,5%, os efeitos adversos não mostraram nada de importante.

Na conclusão do especialista, chamou atenção para a recorrência ainda maior do Zoster em comparação aos anos anteriores e como o Zoster reativado tem aumento da carga viral. Destacou também que, em sua visão pessoal, "a vacinação contra o vírus para os já infectados deve ocorrer de forma mais efetiva, sendo de 6 meses após a infecção. Na possibilidade de estarmos com cada vez mais incidência do vírus Zoster, é prudente aguardar um intervalo maior  após cessar a doença, com a possibilidade de um booster vacinal  mais efetivo após esse período".

Após as apresentações, os especialistas abriram espaço para que os participantes pudessem tirar dúvidas. A webinar completa está disponível em nosso canal no Youtube/InfectologiaPaulista.





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