Adesão ao tratamento da infecção pelo HIV é aposta para uma melhor qualidade de vida do soropositivo

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 585 mil indivíduos que vivem com o vírus HIV no País realizam a terapia antirretroviral em unidades da rede pública de saúde (SUS). Desde 1996, nosso país oferece gratuitamente pelo órgão todos os medicamentos antirretrovirais e, desde 2013, garante tratamento para todas as pessoas que vivem com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral.

Para essas pessoas, o tratamento tem um impacto muito benéfico, já que quando feito de forma adequada é capaz de reduzir a quantidade de HIV no sangue. E isso tem consequências importantes, que vão desde a não transmissão da infecção, a não evolução de doenças inflamatórias e até a ausência de doenças definidoras de Aids.

Ao tratamento correto de uma doença, damos o nome de adesão. No caso da infecção pelo HIV ela tem que ser ótima para segurança do tratamento e indetecção da carga viral. A orientaçãopara este tratamento é a ingestão contínua e correta das medicações antirretrovirais (coquetel), ou seja, diariamente. Hoje, temos esquemas antirretrovirais que podem ser tomados apenas uma vez ao dia e isso melhora em 70% a adesão. Caso esse procedimento seja diferente para você ou para alguém que conheça, converse com o médico responsável. 

Apesar de extremamente seguros, eventualmente os medicamentos podem causar alguns efeitos colaterais, porém, há várias alternativas eficientes para minimizar ou eliminar esses efeitos adversos. O mais importante é não parar o tratamento. Dito isto, seguem algumas dicas para ter uma adesão apropriada:

- Retirar a medicação sempre com uma folga de dias antes dela acabar;

- Procurar seu médico ou serviço de saúde em caso de dúvidas ou mal-estar;

- Nunca abandonar o tratamento, converse com seu médico caso sinta este impulso;

- Não ficar nenhum dia sem tomar o medicamento;

- Tomar as medicações sempre no mesmo horário, todos os dias;

- Mesmo que haja algum atraso de algumas horas para ingerir a medicação, não deixe de tomar;

- Usar alarme do celular para lembrar a hora da tomada;

- Existem aplicativos para celulares que também ajudam na adesão. Em 2015, o então Grupo de Trabalho de Adesão do Ministério da Saúde criou um app de nome VIVA BEM. É gratuito;

- Não parar a medicação se for ingerir álcool;

- Usar porta pílulas.

 

Referências

1- MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids Série A. Normas e Manuais Técnicos Série Manuais n. 84 Brasília-DF 2008 Manual de adesão ao tratamento para pessoas vivendo com HIV e aids

2- Adesão à terapia antirretroviral e suas representações para pessoas vivendo com HIV/AIDS Esc Anna Nery 2014;18(1):32-40

3- Guia de Boas Práticas de Adesão ao Tratamento Antirretroviral para Pessoas Vivendo com HIV/AIDS Lucy Vasconcelos/ Thiago Camargo 2015  

* Lucy Cavalcanti Ramos Vasconcelos é médica infectologista e associada da Sociedade Paulista de Infectologia 





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