11º Congresso Paulista de Infectologia discute sobre a Re-emergência da febre amarela no Brasil

Acontecerá em São Paulo, entre os dias 17 e 20 de outubro, o 11° Congresso Paulista de Infectologia da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia) e um dos assuntos debatidos durante a ocasião será a febre amarela silvestre. Abaixo um dos maiores especialistas do mundo no assunto e diretor do Instituto Evandro Chagas (referência para o diagnóstico da doença), o virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos esclarece cinco aprendizados adquiridos após o surto da epidemia que acometeu a região sudeste do Brasil com grande intensidade e o que devemos considerar para evitar que no futuro situação semelhante volte a ocorrer em nosso país.
1. A epidemia somente ocorreu onde a cobertura vacinal era muito baixa, mesmo em áreas com recomendação de vacinação há muitos anos, como foi o caso do estado de Minas Gerais; 
2. A ocorrência em área livre de febre amarela, sem recomendação de vacinação, como foi o caso dos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, e parte do estado de São Paulo, nos mostra que a dispersão do vírus da febre amarela é um processo extremamente dinâmico, sendo, portanto difícil de prever, mas isso também nos deve alertar para que ações de saúde pública (vacinação) sejam imediatamente adotadas se a tendência de dispersão aponte para introdução em áreas livres da doença, como é o caso da costa atlântica;
3. O papel do mosquito Aedes Albopictus, recentemente demonstrado infectado com o vírus da febre amarela pelo Instituto Evandro Chagas, precisa ser avaliado. Será que foi um achado fortuito ou ele teve participação na ocorrência dos casos em Minas Gerais onde foi encontrado infectado? Nos outros estados do sudeste, ele também está infectado? Ele vai estabelecer o ciclo intermediário ou rural da febre amarela nas Américas, o que nunca foi demonstrado anteriormente?
4. A vacinação contra febre amarela em todos os municípios e estados brasileiros deve ser uma prioridade e ser realizada durante os períodos sem ocorrência de casos, o que permitirá uma melhor e mais acurada vigilância dos eventos adversos pós-vacinação, principalmente os casos de doença viscerotrópica aguda, que tem elevada morbidade e letalidade.
5. Finalmente, ficou claro que a carência no atendimento clínico de pacientes graves e ausência de um consenso sobre o tratamento de suporte requerem ampla discussão e treinamentos para não sobrecarregar os hospitais de referência e evitar o deslocamento de pacientes potencialmente graves, justamente pela carência de hospitais treinados para dar suporte ao tratamento clínico em praticamente todos os estados.
Esse e outros especialistas estarão à disposição para entrevistas sobre o cenário atual do problema e as novidades da medicina sobre o tema.
 
Serviço: 11º Congresso Paulista de Infectologia 
Data: 17 a 20 de outubro de 2018
Local: Centro de Convenções Frei Caneca 
Endereço: R. Frei Caneca, 569 – Consolação - São Paulo 
Site:  www.infectologiapaulista.org.br/congresso2018

Datas e horários:

17/10 - Cursos Pré-Congresso das 8h30 às 17h30 e Sessão de Abertura do Congresso às 19h00
18/10 -  Programação Científica - 08h30 às 18h00
19/10 – Programação Científica - 08h30 às 18h00
20/10 – Programação Científica - 09h00 às 13h00





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