Dia Mundial de Luta Contra o HIV/Aids: a importância da prevenção e do combate ao preconceito

Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra AIDS, data que tem como objetivo levar informação à população sobre a doença, reforçar a prevenção,  a solidariedade, a tolerância e a compreensão e diminuir o preconceito com as pessoas infectadas pelo HIV/Aids.

Segundo dados divulgados recentemente pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAids),  o total de novas infecções a cada ano no Brasil aumentou em 3% entre 2010 e o ano passado. No mundo, essa taxa sofreu contração de 11%. “É difícil saber precisamente a causa do aumento de números de casos no Brasil, porém, supõe-se que com os medicamentos modernos, muitos jovens perderam o medo da AIDS e relaxaram nos cuidados”, comenta a membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia, Lucy Vasconcelos.

De acordo com o coordenador científico da Sociedade Paulista de Infectologia, Esper Kallas, apesar dos avanços da medicina para o tratamento da doença, as questões sociais também são barreiras para aqueles que vivem com HIV. “Colocar o remédio à disposição dessas pessoas significa fazer um melhor diagnóstico, chegar o medicamento e eles tomarem corretamente. E muito desses grupos sofrem problemas de inserção social, aceitação social, limitação de recursos e preconceito para conseguirem atingir esse objetivo. Socializar todos esses grupos e diminuir as barreiras que eles encontram para poder ter diagnóstico e adesão ao tratamento com sucesso é um desafio enorme", enfatiza o especialista. 

“Além disso, o preconceito dificulta muito as estratégias de prevenção para as populações mais vulneráveis, o que torna um obstáculo enorme pela frente, seguramente por serem populações desfavorecidas ou por pertencer a seguimentos sociais de discriminação social, e nós acabamos tendo uma dificuldade ainda maior de atingi-los. Somente políticas específicas que respeitem as necessidades desses grupos vão conseguir combater a epidemia nesses nichos aqui no Brasil”, comenta Kallas.

Quanto mais rápido for diagnosticado o vírus, melhor o efeito dos medicamentos que contribuem para a qualidade de vida do soropositivo. E quando o assunto é a prevenção as melhores medidas de se proteger contra o HIV continuam sendo ter relações sexuais sempre com uso de preservativo, não usar seringas que tenham sido utilizadas por outras pessoas e realizar o exame do HIV, sempre que for exposto a um dos episódios anteriores.

Ainda em relação a prevenção, Lucy Vasconcelos destaca também a importância da educação sexual  “Deveria ser obrigatória. Ninguém é estimulado a prática sexual apenas porque tem noções de educação sexual. Muitas vezes a falsa moralidade atrapalha muito qualquer aprendizado de conscientização de sexo seguro.  Há alguns anos, o governo tem oferecido tratamento a todos os portadores, o que é uma grande avanço na questão da prevenção. Entretanto, acredito que ainda faltam mais campanhas em meios de comunicação, inclusive redes sociais e aplicativos de encontros”, finaliza a infectologista.





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