A Camisinha é a única forma de Prevenção ao HIV/Aids?

O panorama da epidemia do HIV/Aids no Brasil mostra um aumento preocupante do número de casos novos/ano em alguns segmentos específicos, apesar da relativa estabilidade (cerca de 40 mil casos/ano) na população em geral. Na faixa etária entre 15 a 24 anos, a incidência aumentou em mais de 50% desde 2006.

É importante destacar que não existem mais “grupos de risco”, pois a infecção pelo HIV pode acontecer em qualquer segmento, independente da idade, orientação sexual, classe financeira ou outra característica pessoal. Porém há uma concentração em algumas populações mais vulneráveis, principalmente entre os mais jovens, talvez pela falta de percepção de risco inerente da idade, e pelo fato de não terem vivenciado os anos mais trágicos da epidemia da aids. Recente pesquisa que investigou hábitos e atitudes dos brasileiros mostrou que 94% das pessoas concordam que a camisinha é a melhor forma de prevenção ao HIV, mas 45% não a usam de forma consistente em relações sexuais casuais.

Apesar da camisinha ser um método 100% seguro e efetivo de prevenção ao HIV, a discussão acima mostra a importância de estratégias adicionais. Nesse sentido, foi atualizado o protocolo oficial sobre a “Profilaxia Pós-Exposição ao HIV” (PEP-HIV), visando facilitar o acesso e utilização dessa ferramenta. A PEP-HIV previne a contaminação através do uso medicações em pessoas que tiveram exposição ao vírus através de relações sexuais desprotegidas, violência sexual ou acidente ocupacional. Para ter sucesso, o início da profilaxia deve ser feito no máximo até 72 horas após a exposição, e, portanto essa condição clínica deve ser encarada como prioritária. Em resumo, é possível prevenir a transmissão do HIV em pessoas que foram expostas ao vírus, desde que as medicações comecem a serem usadas em até três dias.

Conheça mais sobre a PEP-HIV: http://www.aids.gov.br/noticia/2015/saude-lanca-protocolo-para-uso-de-medicamentos-em-situacoes-de-exposicao-de-risco-ao-hi

Sobre o autor: Alexandre Naime Barbosa é 2º Secretário da SPI, professor e médico infectologista da UNESP.





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