Sociedade Paulista de Infectologia reforça a importância da higienização adequada das mãos

Dia 05 de maio comemora-se o Dia Mundial de Higienização das Mãos. A data definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) tem como objetivo alertar a importância da realização adequada deste ato para prevenir e controlar as infecções ligadas com a assistência à saúde, favorecendo a segurança dos pacientes e seus acompanhantes e profissionais de saúde.

A primeira vez que esse procedimento foi avaliado como fundamental na área médica foi em 1847 quando o médico húngaro, Ignaz Semmelweis demonstrou a diminuição das mortes maternas por infecção puerperal depois da implantação do ato de higienização das mãos em um hospital em Viena.

Segundo o presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros, as mãos são importantes ferramentas de trabalho dos profissionais de saúde e, consequentemente, a principal via de transmissão de microrganismos. “Por isso, a higienização das mãos deve ser realizada por todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde”, explica o presidente.

Os métodos podem variar de acordo com o objetivo e a sua eficácia. Confira abaixo o passo a passo de acordo com o manual da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), destacando como primeiras medidas retirar anéis, pulseiras e relógios, que podem acumular microrganismos, além de manter as unhas curtas, limpas e naturais.

Higienização simples – Essa é uma técnica que tem duração de cerca de 20 segundos e tem o intuito de remover os microrganismos, o suor, a oleosidade e as células mortas que se instalam nas camadas superficiais da pele, retirando a sujeira propícia à permanência e à proliferação de microrganismos. Para realiza-la deve-se abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia;Colocar na palma da mão uma quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir todas as superfícies das mãos; Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si; Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa; Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais; Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa; Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa; Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa; Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa; Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira e, por fim, secar as mãos com papel-toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. Desprezar o papel-toalha na lixeira para resíduos comuns.

Higienização com antissépticos O principal objetivo deste procedimento é o de remover sujeiras e microrganismos com o auxílio de um antisséptico, geralmente a clorexidina degermante a 2%. Para sua realização deve-se aplicar na palma da mão quantidade suficiente do produto para cobrir todas as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante); Friccionar as palmas das mãos entre si; Friccionar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa; Friccionar a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados; Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos e vice-versa; Friccionar o polegar esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se movimento circular e vice-versa; Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo um movimento circular e vice-versa; Friccionar os punhos com movimentos circulares e friccionar até secar sem utilizar papel toalha. "No caso das mãos estarem limpas, sem sujidade visível, o álcool-gel é mais prático e muito eficiente para eliminar a microbiota transitória das mãos e deve ter o uso estimulado em unidades de terapia intensiva e em locais com dificuldade de instalação de pias", afirma o Presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.

A antissepsia cirúrgica das mãos Procedimento realizado com o objetivo de eliminar microrganismos presentes na pele e reduzir a microbiota residente, além de possibilitar efeito residual na pele do profissional. A duração de sua realização varia de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as cirurgias subsequentes. Lembrando que as escovas utilizadas nesta técnica devem ser de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico e de uso exclusivo em leito ungueal e subungueal. Para iniciar deve-se abrir a torneira, molhar as mãos antebraços e cotovelos; recolher, com as mãos em concha, o antisséptico e espalhar nas mãos, antebraço e cotovelo. No caso de escova impregnada com antisséptico, pressione a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes; Limpar sob as unhas com as cerdas da escova ou com limpador de unhas, friccionar as mãos, observando espaços interdigitais e antebraço; Enxaguar as mãos em água corrente, no sentido das mãos para cotovelos, retirando todo resíduo do produto. Fechar a torneira com o cotovelo, joelho ou pés, se a torneira não possuir foto sensor e, para finalizar,enxugar as mãos em toalhas ou compressas estéreis, com movimentos compressivos, iniciando pelas mãos e seguindo pelo antebraço e cotovelo, atentando-se para utilizar as diferentes dobras da toalha/compressa para regiões distintas.

Atualmente, muitos Centros Cirúrgicos têm adotado veículos com base alcoólica para a antissepsia das mãos com resultados semelhantes à lavagem tradicional.“O incentivo e a sensibilização dos profissionais à prática de higienização das mãos cuidadosa e frequente é imprescindível para garantir a segurança e a qualidade na prestação de serviços de saúde”, finaliza o presidente.





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