Congresso da SPI é visto como oportunidade de atualização que ninguém quer perder


Infectologistas valorizam não apenas o conhecimento ministrado no evento, mas também a interação e a troca de experiências

Carla Zanetta, do Hospital Regional de Presidente Prudente, veio pela terceira vez ao congresso da SPI, e só sente que não seja possível assistir a todas as palestras que a interessam, pois algumas são no mesmo horário. Ela veio com Eliane Flote, que ainda é residente, mas ficou entusiasmada com as apresentações de alto nível sobre antibióticos e HIV, suas áreas de preferência.

Não foram só os paulistas que 'curtiram' o congresso. Manuel Palacios veio de Brasília, curioso para aprender tudo que fosse possível sobre multirresistência e hepatite, "sobre a qual sempre há muita coisa nova". Também Alberto Chebabo, do Hospital do Fundão, do Rio de Janeiro, não perde o congresso paulista, "principalmente pelo nível das palestras, que são muito boas". Tão boas, disse ele, que se concentrou nos conferencistas nacionais que tinham muito a falar sobre antibióticos, vacinas, suas áreas de eleição, e acabou não acompanhando nenhuma das palestras dos convidados estrangeiros.

"ESTRUTURA NOTA DEZ"

Frederico Palazzo, de campinas, deu "nota dez" à estrutura do congresso e a pontualidade foi o ponto forte que notou, "pois não houve atraso nas palestras" e a qualidade dos temas escolhidos e a atualidade estavam de acordo com a demanda da Infectologia atual. "Saio daqui com maior conhecimento e conhecimento prático, que me ajudará nas atividades do dia a dia".


A Cristina Lanas, da Fiocruz e do Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro diz que "todo mundo sabe que o Congresso paulista não se pode perder". Ela fez questão de assistir a todas as conferências sobre infecção hospitalar e bactérias multirresistentes e também se concentrou nos palestrantes nacionais. A única crítica, ao conferencista francês que falou sobre Hepatite C, muito bom tecnicamente, afirma, mas falando inglês com muito sotaque, difícil de acompanhar.

Maria Clara, da Escola de Enfermagem da USP e que se considera suspeita para falar, pois integra a comissão organizadora, disse que estava muito orgulhosa, pois "o evento não ficou devendo nada aos congressos internacionais".

Sextanistas de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Paula Toniolo e Júlia Melardi, consideraram o congresso muito bem estruturado e excepcional a qualidade das palestras e a variedade dos temas. Para Júlia, foi um privilégio, uma oportunidade única participar do evento e ter contato com os maiores especialistas brasileiros.

Já Tiago Pessoa, que veio de Salvador, acha essencial acompanhar o congresso "pela reciclagem, para saber o que está sendo pesquisado no mundo" e, no seu caso especial, para acompanhar as crescentes esperanças de que a médio prazo seja descoberta a cura para a Aids. Para ele, porém, o maior proveito que leva do congresso paulista é a troca de experiências, as conversas com os colegas das mais diferentes cidades, saber dos problemas que compartilham, das soluções que encontram e do que podem esperar da carreira que escolheram como opção de vida.

Do Centro de Vigilância Sanitária e da Pro Mater Paulista, Lívio Dias achou o congresso ótimo. "O conteúdo é extremamente pertinente e atual e os palestrantes são brilhantes e sabem expor". O congresso, no seu entender, abre a oportunidade para a atualização no dia a dia, bem como para outros assuntos, que nem sempre estão na prática da especialidade. Lívio já participou de mais de 10 congressos e considera que as palestras internacionais proporcionam um conhecimento e visão diferente para pessoas que nem sempre podem viajar para o exterior.

A Tali Wajsfeld, da Santa Casa, acompanhou pela primeira vez o congresso, e o que gostou mais foi o fato de mais de um palestrante falar sobre determinado assunto, HPV, por exemplo, o que no seu entender enriquece muito a apresentação, principalmente no debate que se segue. Também a forma de apresentação dos posters a impressionou, pois considera que o 'power point' é a escolha perfeita para esse tipo de trabalho.

Do Hospital Heliópolis, o residente Pedro Gaddini se impressionou com a abrangência dos temas e com uma ponta de bairrismo diz que o congresso paulista "não ficou a dever ao brasileiro" e foi de uma importância vital para sua atualização. A opinião é a mesma do Rubens Castro, do Einstein e do São Luiz, da Capital, que embora centre seu interesse em virus, acompanhou palestras sobre vários temas e considerou todas muito proveitosas. "Foi a primeira vez que acompanhei esse congresso", garantiu, "mas certamente estará na minha agenda nos próximos anos; não dá para perder".