Tratamento de infecções de pele por bactéria resistente


O 'Staphylococcus aureus' resistente à Oxacilina comunitário, que se tornou causa de frequentes e graves infecções de pele e partes moles nos países desenvolvidos, poderá tornar necessária a mudança do tipo de antibioticoterapia geralmente usada no Brasil. O tema será um dos importantes debates a serem travados durante o '9º Congresso Paulista de Infectologia', que começa dia 22 em Atibaia. 
  
"O combate a essa bactéria demanda uso de antibióticos hoje utilizados para tratamento de infecções hospitalares", explica o infectologista Luis Gustavo de Oliveira Cardoso, que é coordenador da Comissão de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas da Unicamp "e há poucos estudos sobre a frequência com que ela é registrada no Brasil".

Para o especialista, é da maior importância a mesa redonda sobre o tema, da qual participarão os pesquisadores, Carlos Magno Fortaleza, da Unesp de Botucatu e Anna Sara Levin, da Faculdade de Medicina da USP. A mesa será às 7,15 horas do dia 23.

A discussão vai indicar se e em quais situações já seria recomendável trocar o tipo de medicação empírica com que se ataca as infecções comunitárias graves da pele e partes moles, optando pela Vancomicina, pela Daptomicina e pela Linezolida, que combatem com eficácia essa bactéria.

A discussão do tema é considerada muito oportuna e necessária, pois o 'Staphylococcus aureus' resistente comunitário é potencialmente agressivo e, com a globalização de que é exemplo as centenas de milhares de estrangeiros que vão chegar ao Brasil apenas para a Copa do Mundo, os médicos precisam estar preparados para esse tipo de ocorrência que, infelizmente, conclui Luis Gustavo, não é a única, pois a ela se somam os vírus emergentes como o Coronavirus, o Chikungunya e o H7N9, que também podem chegar ao Brasil.